A PRAIA AMARELA: DO RUMOR ARCAICO DOS COLASTINÉ AO DEVER DE MEMÓRIA DO GRUMETE NO ROMANCE O ENTEADO
Jucelino de Sales; Sidney Barbosa | 18-37
Neste estudo literário, trataremos de relações significativas e fenomenológicas estabelecidas entre a memória ancestral dos índios Colastiné e o dever de memória do grumete na função de guardião e defensor legítimo desse rumor arcaico – expressão com a qual o protagonista-narrador sinaliza a persistência da memória ancestral dessa tribo canibal, a partir do vínculo espacial da tribo com o seu local de convivência social: a praia amarela. Nossa abordagem teórica, procura compreender e explicar como o discurso narrativo (o tropo literário) possibilita a atualização da memória e a consequente atualização do passado no presente, não seguindo as formas tradicionais do discurso historiográfico oficial, mas, através de uma história vista de baixo, uma história do subalterno, resguardada na memória do personagem grumete, que na condição de velho debruça-se sobre o seu passado junto a essa tribo aborígine com o dever significador de recontá-lo. Evidenciaremos a importância do espaço como lugar do ritual na representação social dos Colastiné e que é a partir do espaço experimentado da praia amarela que a tribo fortalece e vivifica seus laços sociais e humanos
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