CRONOTOPIA E TRANSFIGURAÇÃO DA PAISAGEM EM VIDAS SECAS, DE GRACILIANO RAMOS
Maria de Lourdes Dionizio Santos | 159-170
Trata-se de um estudo sobre a cronotopia apresentada no discurso de Vidas secas, de Graciliano Ramos. Partimos do ponto de vista de que o tempo e o espaço literários encontram-se imbricados na referida obra, configurando a poética da narrativa, que instiga o leitor a conhecer as condições adversas da realidade vivenciada pelos personagens no universo desse romance. Estas condições enfrentadas pelos personagens dessa obra confirmam a hostilização de uma natureza avassaladora que confunde humanos e paisagem, e se sobressai, protagonizando o cenário. Aqui, o espaço ganha primazia e torna-se protagonista na medida em que todos os acontecimentos narrados decorrem de suas circunstâncias. No decurso da obra, verifica-se a transfiguração da paisagem ressaltada na plasticidade das imagens. Nessa perspectiva, a leitura desse romance torna-se imprescindível por sua relevante contribuição com discussões atuais, bem como por seu caráter artístico em constante diálogo com outros meios expressivos.
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