A FIGURAÇÃO DO NARRADOR-CÂMERA COMO ELEMENTO CAPTURADOR DO ESPAÇO-TEMPO DA MORTE NO CONTO “NOVE HORAS E TRINTA MINUTOS”
Carlos Augusto da Silva Lemos, Maria das Dores Pereira Santos | 129-144
O presente artigo objetiva discutir a figuração do narrador-câmera como elemento que captura o espaço-tempo da morte no conto “Nove Horas e Trinta Minutos” (2002) de Rubem Fonseca. Com a análise, pretende-se observar os possíveis diálogos entre Literatura e Cinema a partir dos registros e manipulação de cenas realizadas pelo narrador-personagem e suas estratégias de aproximação visual de elementos presentes no cenário urbano do conto. Esse procedimento conduz o leitor a vivenciar sua trajetória de vida fragmentada por um trauma, descrito por meio de fragmentos capturados inicialmente a olho nu e posteriormente com o auxílio da prótese de um óculos, recurso que funciona de modo similar a uma câmera indiciando o espaço como marcado pela temporalidade e espacialidade da morte. Os processos de capturar e manipular cenas operados pelo narrador do conto são analisados a partir da articulação da narrativa literária com o recurso de articulação da narrativa fílmica, denominado montagem.
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