OS ESPAÇOS FANTÁSTICOS EM MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS
Jorge Leite de Oliveira | 68-80
Esclarece sobre os aspectos espaciais presentes na obra Memórias póstumas de Brás Cubas, em especial na análise do fantástico representado no romance de Machado de Assis. Objetiva citar o delírio do narrador, no momento de sua morte e a continuação de sua vida após a existência física, com destaque para a manifestação de Pandora, que personifica o nascimento da primeira mulher e a maldição lançada por ela. Segundo a mitologia, Zeus teria presenteado os homens com o desejo de “cercar de amor sua própria infelicidade” (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2006). Pandora, entretanto, diz a Brás Cubas que é “sua mãe e sua inimiga”, mas ante seu espanto, completa que não lhe deseja outro flagelo senão o da vida. O “defunto autor” passa a narrar toda a sua história, desde o nascimento até a morte. Todos os relacionamentos tidos por ele com as mulheres confirmam as palavras de Pandora. Virgília, por ser casada, não o realizou completamente, assim como as demais mulheres com quem se relacionou. Confirma, com base na identificação do insólito, a classificação do romance no gênero do realismo fantástico.
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