ESPAÇO E MEMÓRIA: REPRESENTAÇÕES NA OBRA EM UM BEIRAL PARA OS BENTEVIS DE JOSUÉ MONTELLO
Thalita de Sousa Lucena, Silvana Maria Pantoja dos Santos | 13-23
O espaço na narrativa literária tem uma importância fundamental para a compreensão dos fatos. Seja geográfico, social ou psicológico, o espaço faz conexão com todos os elementos da narrativa, podendo exercer forte influência no processo de rememoração, já que tem a capacidade de comportar marcas de vivências particulares e coletivas. Ante o exposto, objetiva-se com este trabalho analisar a importância do espaço da cidade na construção da memória, na obra Um beiral para os bentevis (1989), do escritor maranhense Josué Montello, tendo como base teórica sobre espaço, a visão de Lins (1976) e Borges Filho (2007); sobre memória, o pensamento de Le Goff ( 2003), Bachelard (1993) e Halbwachs (2006). De acordo com Lins (1976), é viável aprofundar numa obra literária, a compreensão de um dos seus elementos, sem que se desprezem os demais. Assim, este trabalho envereda por caminhos que perpassam os fios condutores da memória e o modo como se correlacionam com espaços de vivência dos personagens. A concepção imagética da cidade é fruto de pensamento de elaborações e reelaborações sensíveis, que convertem os espaços urbanos em lugares perenes de significados memorialísticos.
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