A CAÇA DOS VAMPIROS BISSEXUAIS EM NEW YORK COMO UM ECOSSISTEMA CAPITALISTA: UMA COMPARAÇÃO ENTRE THE HUNGER, DE WHITLEY STRIEBER, E A SUA ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DE 1983
Eunju Hwang | 34-49
Este artigo compara The Hunger [A Fome] de Whitley Strieber, e a sua adaptação cinematográfica de 1983, dirigida por Tony Scott, para examinar a dinâmica do significado metafórico do vampiro e ilustrar o uso do espaço onde se cruzam as políticas complexas de classe e de sexualidade. Este estudo tenta responder às seguintes questões: (1) como se configura a cidade de New York enquanto local onde ocorre a ação no romance? e (2) o que acontece quando o forte senso de lugar é removido na adaptação cinematográfica? O romance, com a ajuda do cenário realista de New York, apresenta o vampiro como uma ávida metáfora do capitalismo, e também consegue o estranhamento do espaço heteronormativo. Contudo, o filme, devido ao baixo orçamento, teve que ser filmado na sua totalidade em ambientes fechados, criando assim um espaço insular. Sem o efeito de estranhamento do espaço público e heterossexual no romance, a expressão do desejo “queer” entre Miriam e Sarah é limitada ao “roupeiro” de Miriam. O estatuto social de Miriam também é usado apenas para dar-lhe glamour e ajudá-la a seduzir Sarah. O significado dos diferentes finais - Sara está destinada a sofrer a eterna vida na morte, mas feliz por se reconciliar com a sua heterossexualidade no romance, enquanto Sarah usurpa o lugar de Miriam e torna-se uma vampira bissexual no filme - será também discutido em termos de bissexualidade sequencial de Miriam versus bissexualidade concomitante de Sarah.
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