REPRESENTAÇÕES DO ESPAÇO NO LIVRO-ÁLBUM SEM TEXTO: «UMA SUBTIL FORMA DE CUIDADO»
Dulce Melão | 50-63
Neste artigo refletimos sobre as representações do espaço nos livros-álbum sem texto, sendo a nossa atenção centrada em Flores mágicas, de JonArno Lawson (2015) e Máquina, de Jaime Ferraz (2017). No que respeita ao enquadramento teórico do estudo, este contempla: i) a versatilidade do livro-álbum sem texto (ARIZPE, 2013; BOSCH, 2017); ii) a proposta de Borges Filho relativa à topoanálise (BORGES FILHO, 2007); iii) os aspetos convocados pelo aparato peritextual das obras em estudo (GENETTE 1982; 1987; RAMOS; 2011). Assim, no âmbito da análise realizada, procuramos lançar luz sobre: i) as funções do espaço no livro-álbum sem texto; ii) o papel dos peritextos para a reconfiguração do espaço, promovendo a compreensão na leitura e o envolvimento dos leitores. Concluímos que importa conceder atenção às representações do espaço no livro-álbum sem texto: i) pela importância das suas múltiplas funções para a compreensão da narrativa visual e sua fruição; ii) por possibilitar resguardar, silenciosamente, «uma subtil forma de cuidado» (COSTA, 2017) que potencia reencontros generosos com os leitores – acolhendo-os e convidando-os a participar ativamente em experiências de leitura partilhada desafiadoras.
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