FECHAR OS OLHOS PARA VER NO TEMPO”: ESPAÇOS DA GUERRA E DA PANDEMIA NA LITERATURA PARA A INFÂNCIA
Dulce Melão | 2-16
Este artigo norteia-se pelo objetivo de repensar os espaços da guerra e da pandemia no tecido literário que dá corpo ao livro-álbum A GUERRA (LETRIA, 2018). O referencial teórico mobilizado tem o seu fulcro: i) nas linhas orientadoras da topoanálise (BORGES FILHO, 2007; 2015); ii) no aparato peritextual e suas reverberações na narrativa (GENETTE, 1987). A análise realizada incide: i) nas tessituras do espaço reconfiguradas no peritexto e na forma como ganham corpo no livro-álbum; ii) na “arquitetura da dor” projetada na espacialidade humana imbricada em micro e macro espaços, de cujo diálogo resulta a representação da guerra como espaço-personagem onde a pandemia se imbrica. Conclui-se que os espaços da guerra e da pandemia entrelaçados na narrativa visual se regeneram, em doença e dor, através da relação texto/imagem, e desaguam numa “mudez polifónica” que os reconfigura. Desejos de paz eclodem de tal comoção, redesenhando os espaços que lhes dão voz.
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