A ESCRITA COMO ESPACIALIDADE INCENTIVADORA DO DESEJO
Ana Carolina Sanches | 68-78
Presença de Anita, de Mário Donato, é um romance ousado e erótico. Pelo teor erótico, escandalizou a sociedade da época no ano de seu lançamento (1948). Mesmo sendo uma obra chocante para os padrões vigentes, obteve um sucesso tão grande que, em 1951, fez-se um filme (do diretor Ruggero Jacobbi). Também Manoel Carlos, autor de novelas, lançou sua versão em forma de minissérie no ano de 2001. O presente artigo visa investigar como a escrita se torna espacialidade incentivadora do desejo em Presença de Anita (2001) para ressaltar a importância do espaço erótico na estruturação desse romance. Os autores utilizados para o estudo foram George Bataille em O erotismo (1957), Michel Foucault em a História da sexualidade (1988), Gaston Bachelard em A poética do espaço (1989) e Iuri Lotman em A estrutura do texto artístico (1978). Neste trabalho, erotismo e espaço serão estudados por meio do exame das obras citadas acima, e também por meio de autores como Osman Lins (1976); Sigmund Freud (2002) e outros.
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