VIVÊNCIAS EM TRÂNSITO: O DESLOCAMENTO EM DORA SEM VÉU
Manoelle Gabrielle Guerra | 27-39
Os deslocamentos têm sido tema de debate e representação constantes nas narrativas das últimas décadas, justamente pelas questões em torno da identidade e do processo de formação do indivíduo que engendram. Sob essa perspectiva, o presente artigo objetiva discutir as particularidades do deslocamento presente no romance Dora sem véu (2018), de Ronaldo Correia de Brito, considerando de que forma a viagem efetivada pela protagonista gera uma quebra nas proposições de Marília Amorim (2006) acerca da figura do automóvel, uma vez que, na narrativa, o veículo é um caminhão cujas particularidades impõem um convívio pautado na coletividade e na negociação de espaços, além de funcionar, também como modelo de representação de todo um universo religioso sertanejo em trânsito.
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