O ESPAÇO (DO) TRÁGICO E AS METÁFORAS ESPACIAIS EM A CASA DO POETA TRÁGICO, DE CARLOS HEITOR CONY
Danilo de Oliveira Nascimento | 80-94
O artigo visa destacar a relação estreita entre espaço, afetividade e tragédia no que se refere à representação do fenômeno trágico na literatura brasileira, tendo como corpus de análise A Casa do poeta trágico (1997), de Carlos Heitor Cony. Neste romance, podemos notar a ênfase sobre “casa”, “mundo” e “ruína”, espaços que ora funcionam como unidades da ação fabular ora funcionam como metáforas espaciais. Em ambos os casos, eles objetivam, segundo percepção do narrador e propósito de Augusto, protagonista do romance, atribuir natureza trágica à existência das personagens, assim como conotar de trágico o fracasso da relação amorosa entre os protagonistas. De maneira geral, as considerações sobre o espaço em A Casa do Poeta Trágico ratificam a observação de que desde o Romantismo, poetas e escritores brasileiros salientam a relação estreita entre espaço e trágico, contrariando, deste modo, a afirmação de alguns estudiosos da tragédia de que a unidade de lugar é fator que pouco determina a manifestação ou representação do fenômeno trágico.
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