O ESPAÇO E A LUTA PELO PODER EM VILA DOS CONFINS
Lasaro José Amaral; Ozíris Borges Filho | 02-13
Os estudos sobre espaço na Literatura e outras artes apareceram com mais ênfase nas últimas décadas. Nota-se que tal categoria tem tanta importância na obra literária quanto qualquer outro elemento até então priorizado como, por exemplo, o tempo. À vista disso, este artigo fundamenta-se, principalmente, pela teoria da Topoanálise de Borges Filho. Através de sua metodologia e do aporte teórico de outros estudiosos como Bachelard (2008) e Brandão (2013), buscamos analisar a espacialidade na obra Vila dos Confins (1974) de Mário Palmério. Ao término das análises, pudemos constatar que, por via da configuração de espaços de um Brasil ainda quase não desbravado, o narrador apresenta a crítica social juntamente aos fatos que permeiam o texto, de forma a dar especial tratamento ao espaço, ao oferecer a ele o necessário engajamento, através de um campo de batalhas político que envolve a luta pelo poder e a dominação espacial, temáticas presentes em todo o tecido narrativo. Desse modo, o autor dá voz às minorias, denuncia desigualdades, revela um contexto social de opressão e a vida do homem excluído e esquecido, a partir da estruturação de seu texto e da representação da figura do galo.
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