A RESISTÊNCIA CONTRA A DITADURA MILITAR NA POÉTICA DE ALEX POLARI
Risonelha de Sousa Lins | 2-16
Este artigo pretende analisar duas produções poéticas de Alex Polari, onde figuram as memórias traumáticas da prisão e da violência sofridas no período do regime ditatorial brasileiro. A resistência desse poeta ocorre por meio da descrição irônica e amargurada dos espaços e instrumentos de tortura sobre os quais se fixa a memória do eu poético e nos efeitos nocivos dessa realidade controversa e injusta na mente dos sujeitos aprisionados. Torturado barbaramente e testemunhando a morte de vários companheiros na prisão, Alex Polari torna-se a voz poética que ecoa contra os horrores de um tempo em que os direitos humanos foram desrespeitados e que figura como “crítica ao autoritarismo e à brutalidade que assombraram o país a partir de 1964” (DALCASTAGNÈ, 1996, p25). O estudo corresponde à leitura crítica dos poemas “Recordações do Paraíso” e “Os primeiros tempos de tortura”, pertencentes ao livro Inventário de cicatrizes (1978), do referido autor.
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