O ESPAÇO DO RAMALHETE COMO PRODUTOR DE SENTIDOS NO ROMANCE OS MAIAS, DE EÇA DE QUEIRÓS
Marco Aurélio Pereira Mello | 16-26
Este trabalho objetiva demonstrar que a atenção conferida por Eça de Queirós (1845-1900) à descrição do espaço não é gratuita, de modo que o autor dela se vale para construir os sentidos almejados em sua obra. Para tanto, esta análise toma como objeto o romance Os Maias, publicado em 1888, e concentra-se especificamente no emblemático Ramalhete, residência da família Maia. O estudo verifica que os aspectos espaciais do Ramalhete se conciliam com as experiências dos personagens que nele habitam, de modo que o êxito ou a decadência do personagem implica, por conseguinte, o fausto ou a ruína do Ramalhete, que se apresenta como uma espécie de metonímia de Portugal.
|