A ABADIA DOS DESTINOS CRUZADOS
Juliano de Almeida Pirajá; Lilian Monteiro de Castro | 03-20
Este trabalho almeja discutir como, no romance O nome da rosa, Umberto Eco utiliza a mnemotécnica, uma prática auxiliar da retórica e consequentemente da oratória, já mencionada por Aristóteles em seus Parva naturalia, para, ao mesmo tempo, construir a ambientação, estruturar a narrativa e oferecer suporte mnemônico ao seu leitor. A mnemotécnica, originalmente, era utilizada para treinar a memória natural do orador para que decorasse longos discursos, construindo em sua imaginação espaços para “armazena” as coisas das quais deveria se lembrar. Ao longo do tempo, suas aplicações mudaram. Na Idade Média, foi incorporada ao estilo gótico, ganhando materialidade na arquitetura e na escultura e, próximo ao Renascimento Italiano, passou a ser uma técnica de codificação associada ao hermetismo. O autor entende a mnemotécnica como um sistema semiótico que a pode estruturar a narrativa.
Palavras-chave: mnemotécnica; semiótica; narrativa.
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