O DELÍRIO DO ESPAÇO EM O LIVRO DE JOÃO, DE ROSÁRIO FUSCO
Marta Dantas | 02-15
RESUMO: O livro de João, publicado em 1944, é a segunda obra ficcional do mineiro Rosário Fusco. João é o protagonista da história e aquele que narra, em primeira pessoa, as reminiscências de um certo período de sua vida marcado por acontecimentos insólitos. Acusado de ser amante de uma mulher que ele não conhece, Carmélia, pelo marido dela, inventa histórias para salvar sua pele e passa a constatar a existência de correspondências entre as imagens criadas pela sua imaginação e a situação real, objetiva. Não por acaso, João inicia o relato de suas reminiscências descrevendo o espaço onde morava e trabalhava. Na ficção fusquiana, os espaços são de grande importância e solicitam a topoanálise. Assim, nos propomos aproximar, por meio do estudo do espaço, a prosa fusquiana de O livro de João, das ideias e concepções surrealistas, uma vez que a topoanálise revela, entre outras coisas, o predomínio dos espaços urbanos, a relação entre determinados espaços e a condição psicológica do protagonista, a irrupção do acaso, a existência de correspondências entre o espaço de dentro (subjetivo) e os espaços de fora (objetivo), características comuns à narrativa surrealista.
PALAVRAS-CHAVE: Rosário Fusco; literatura brasileira; espaço; surrealismo.
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