ESPAÇOS AMBÍGUOS E OUTROS ESPAÇOS EM “NA BERMA DE NENHUMA ESTRADA” , DE MIA COUTO
Raquelle Barroso de Albuquerque | 66-78
Este trabalho tem por objetivo analisar a
influência do espaço na protagonista do conto “Na
berma de nenhuma estrada”, de Mia Couto, e sua
busca por identidade, através da fuga desse
espaço. O não lugar e a ambiguidade em relação
aos sentimentos da protagonista acabam
caracterizando o espaço de vivência da
personagem, assim como sua nulidade e
fragmentação. A sensação de sonho ou loucura é
bastante presente no conto e ressalta as incertezas
confessionais da personagem. Diante desse
cenário, este artigo propõe-se a sondar as buscas
de uma “menina”, que vive numa paragem
distante, lugar este que representa tanto o
esquecimento geográfico quanto a fragmentação
identitária da mesma. Como suporte teórico,
conta-se, dentre outros, com nomes como Augé
(2012), para discussão dos lugares e não lugares
vivenciados pela protagonista. DaMatta (1997), que
trata de espaços públicos e privados. Para a
discussão acerca da identidade individual, Bauman
(2005), complementado por Bhabha (1998), o qual
inicia a reflexão acerca da identidade coletiva.
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